terça-feira, 26 de julho de 2011

Roda gigante x Montanha russa

No meu quarto não entra nenhuma luz, não escuto nenhum barulho: nem mesmo as batidas do meu coração. Não enxergo nada, não só pela escuridão a minha volta, mas porque resolvi fechar os olhos e imaginar um outro mundo, uma outra vida bem melhor do que a que conheço. Minhas mãos estão frias e imóveis, sei que já não posso me agarrar em mais nada, meus pés estão cansados de tanto caminhar, é como se eu estivesse presa numa roda gigante, dando voltas e voltas sem sair do lugar. Tudo que eu conhecia, me parece estranho e inatingível, até as paredes do meu quarto me assustam ultimamente. Mas de repente abro os olhos, vejo um pouco de luz entrar pela janela, percebo que a realidade não é tão ruim, que tudo se resolve em questão de tempo: volto a escutar meu coração. Minhas mãos começam a esquentar como se eu tivesse posto luvas, não preciso me agarrar em nada, estou firme sobre meus próprios pés, que aliás nem deram tantas voltas assim. Serei então minha própria salvadora deixando de ser noite fria e solitária para virar sol quente e acolhedor, é hora de brilhar, é hora de calçar um sapato: me despedi do medo e das paredes do quarto, estou pronta para a montanha russa.